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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sensacionalimos na revista Veja


Sensacionalismo é um tipo de postura editorial que se caracteriza pelos exageros, apelos emotivos e uso de fotos pesadas para relatar a reportagem coberta. Esse tipo de edição é como uma balança que oscila entre a punição e a transgressão. É uma ferramenta antiga para aumentar a venda desses jornais. No seu surgimento o sensacionalismo foi dividido em imprensa marrom, atividades ilegais, e imprensa amarela, veículos não necessariamente sérios. Aqui no Brasil adotamos a palavra imprensa marrom para os veículos que não são necessariamente verdadeiros. Na mídia atual encontramos vários programas de televisão, jornais e revistas com esse tipo de conteúdo.

A revista Veja é do gênero informativo geral, tem conteúdo jornalístico, é periódica e tem uma alta credibilidade no mercado, porém faz uso do formato sensacionalista para vender suas capas e chamar a atenção dos seus leitores em suas matérias usando charge, títulos chamativos, fotos, caricaturas, mexendo com a opinião pública, ironizando alguns casos. Isso fica mais claro quando se trata de política, ela defende um partido e ataca a sua oposição.

Após uma extensa pesquisa nas edições da revista conseguimos separar alguns temas como terrorismo internacional, política brasileira, violência em vários gêneros, dentre outros. Esses foram os temas que mais podemos observar a forma sensacionalista da revista, como já falamos, ela utiliza muitas ilustrações, frases que chocam e mexem com nossas sensações, além delas possuírem elementos críticos, irônicos e até mesmo de julgamento.

Uma matéria que podemos citar que possui algumas dessas ferramentas, foi publicada em 03 de outubro de 2001, com o título “A RATOEIRA ESTÁ ARMADA” (pág 40) onde fala do poder e das tecnologias utilizadas pelo Estados Unidos para atacar, ou como diz a revista “decepar as cabeças das células do terror” no Afeganistão. Eles usam o termo “ratoeira” o que torna os participantes da Al Qaeda “ratos” a serem atacados pelos “gatos”. A matéria também mostra as violências que ocorrem por lá.

Essa matéria que fala da violência que acontece no Afeganistão nos faz pensar no campo ético, pois esse ocorrido desvaloriza a liberdade. A violência é percebida como exercício da força física e do constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza. O ser humano deve ser totalmente livre, dotado de vontade e desejo.

A violência é abordada não só nessa matéria, como em muitas outras trazendo fatos e dados que nos impressionam ao ver os acontecimentos que nos cercam, como é o caso da matéria “NÃO HÁ TREGUA” (28 de fevereiro de 2007, pág 88) narrando fatos de uma forma sensacionalista sobre o carnaval de Salvador e não perdendo a oportunidade de culpar o governo. Vale ressaltar que por sinal, o governo faz parte do partido que a revista não tem simpatia e faz muitos julgamentos.

Não só as matérias são violentas, como também as fotos publicadas na revista, seus títulos chamativos e irônicos e a forma que eles comentam e julgam alguns fatos, tornando a revista Veja um veículo informativo não moral, o que nos preocupa muito, pois a revista é uma formadora de opinião.

Apesar da postura antiética da revista, ela não perde a sua credibilidade, pois utiliza matérias que descrevem fatos verídicos acrescentando ao seu contexto partes meramente irônicas de caráter sensacionalista, ou seja, em algumas matérias ela própria faz o julgamento antecipado dos fatos, como na reportagem “SOCIEDADE SECRETA” (08 de agosto 2007, pág 60) onde ela julga e faz tipo um júri popular das ações de Renan Calheiros. Consideramos que pela veracidade da maioria de suas notícias, ela não perde sua credibilidade diante dos seus leitores, pois não só a revista Veja utiliza desse mecanismo para “vender seu peixe”.

A Veja trabalha de forma imoral quando ela começa a denegrir a imagem de uma pessoa, tornando duvidoso o seu caráter, como na reportagem “BIG BROTHER PLANALTO” (14 de março de 2007, pág 50) que a revista coloca em dúvida a capacidade da ex-prefeita Marta Suplicy quando diz: “... nas fofocas da Esplanada, Marta já figurou como ministra da Educação, das Cidades, do Trabalho e até do Turismo – mas continua sentada no banco de reserva de Lula...”.

Concluímos com esse trabalho, que às vezes se torna necessário que a imprensa escrita faça uso da postura editorial sensacionalista, para poder comercionalizar seus produtos, pois infelizmente em nossa sociedade há presença de uma grande taxa de pessoas “ignorante” que são chamados pelos apelos presentes em suas capas, títulos e figuras ilustrativas, o que se torna um ponto positivo, pois chama as pessoas ao hábito da leitura. Só não podemos deixar que o sensacionalismo alcance as matérias deixando-as não verídicas e perdendo o seu lado ético e moral da informação. A revista Veja como observamos possui o sensacionalismo parcial, pois não deixa que essa técnica penetre totalmente em suas matérias. Ela á colocada aos olhos de um leitor comum como uma revista informativa, eficaz, sincera, imparcial. Torna-se quase imperceptível o uso dessa técnica pelos leitores despercebidos ou sem qualquer instrução sobre o real significado do sensacionalismo.

* Matéria: Ética
* Professor: Hudson Marmbaia

(Marianna Santos)

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